A exportação de animais vivos é uma prática horrenda que vem sendo denunciada por ativistas da causa animal no Brasil e em outras partes do mundo, seja pelas terríveis condições dos animais nos navios, seja pela extrema crueldade que se sucede em uma viagem dessa amplitude e ainda pela morte atroz que lhes aguarda nos países de destino, além de impactos ambientais imensuráveis.
Saiba mais: EXPORTAÇÃO DE ANIMAIS VIVOS, por Vanice Cestari
No Brasil, o tema vem sendo discutido nos Poderes Legislativo e Judiciário, no entanto o Executivo é quem vem ditando as regras, sobretudo por se tratar de segmento de grande interesse da bancada ruralista.
Infelizmente é um tanto comum o naufrágio desses navios, que foram “adaptados” para esse tipo de atividade absurda, onde o transporte não é de carga e nem de pessoas humanas. Mais recentemente, em novembro do ano passado, houve o naufrágio de uma dessas embarcações no Mar Negro, na costa da Romênia, com 14.600 ovelhas a bordo.
Algumas ovelhas foram salvas e os animais que não morreram esmagados, pisoteados ou afogados com o tombamento da embarcação, ficaram presos nos porões. A seguir veremos algumas imagens de ativistas em defesa dos animais que atuaram na operação de resgate que durou dias (vídeo abaixo).
Exaustos, os voluntários e ativistas falam da situação atroz que os animais se encontravam e que até mesmo o inferno não pode ser pior do que aquilo pelo qual esses animais passam.
Das duzentas e cinquenta e quatro ovelhas que foram salvas com vida dos porões do navio, dezenas delas morreram feridas e exaustas após o difícil resgate. Mais de um mês após o acidente, cento e oitenta ovelhas estão vivas. Confiadas à associação Four Paws International, seu futuro ainda é incerto. Neste mês (janeiro de 2020), após semanas de negociações, os 180 sobreviventes foram entregues às organizações Four Paws e ARCA e transportadas para uma fazenda em Bucareste (capital da Romênia) onde permanecerão até que venha uma decisão definitiva de sua situação.
As associações esperam tornar-se “proprietárias” dos animais para que possam transferi-las para santuários e, segundo relatam, querem ter certeza de que as ovelhas possam finalmente ter uma vida normal e que jamais sejam enviadas para o abatedouro. Enquanto a decisão definitiva não vem, cada ovelha foi examinada por veterinários, passaram por tratamento, foram medicadas, vermifugadas e serão castradas. O veterinário informa que a maior parte dos animais está com boa saúde e as ovelhas que sofreram luxações e fraturas tendem a melhorar com o passar do tempo.
A cada ano, mais de 3 milhões de animais vivos são transportados somente da União Europeia para o resto do mundo. Os pedidos da Four Paws são para que a União Europeia ponha fim ao transporte de animais vivos e para que a Romênia se atenha ao seu anúncio de trabalhar no sentido de transportar carne (animais mortos) em vez de animais vivos.
Nós, abolicionistas veganos, também esperamos o fim de mais essa atrocidade praticada contra os animais o quanto antes, no entanto, também não desejamos que as ovelhas e outras espécies de animais devam continuar sendo explorados ou mortos para servirem aos interesses humanos, seja em respeito à vida do animal que, assim como cada um de nós, quer viver, seja pela total desnecessidade de perpetuarmos práticas de exploração e crueldade com os animais não-humanos, seja pelos impactos devastadores na natureza que contribuem significativamente para o desequilíbrio ecológico e gravidade do aquecimento global.
A exportação de animais vivos tem que acabar. Engaje-se você também na defesa pela vida dos animais!