🗞️ A abominável extração de pele humana pelos nazistas à semelhança do que fazemos com os animais

álbum de fotografia e carteira feitas com pele humana de prisioneiros de campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial
Objetos feitos com peles humanas. Foto: Marek Lach / www.auschwitz.org

Me custa a crer que pessoas, assim como eu e você, defendem que a Terra é plana, mas quando me lembro que há quem defenda que o holocausto não existiu, vejo que o tamanho do problema em se negar a realidade é maior do que pode parecer.

Nesse mesmo compasso, também vemos pessoas afirmarem que os animais não humanos foram criados por uma entidade superior para nos servir, que se voluntariam para trabalhos pesados e serviços de guarda e segurança de tão propensos e amantes dos seres humanos que são, que doam seus corpos e fluidos corporais para o consumo humano, que é possível bem-estar animal na pecuária, nos cativeiros e assim por diante.

Contra fatos não há argumentos e enquanto essa turma negacionista fala sozinha com suas justificativas e teorias estapafúrdias, vez ou outra nos deparamos com notícias horrendas que ainda são capazes de chocar quem enxerga muito bem a triste realidade.

É que em janeiro deste ano foi confirmada mais uma prova histórica e irrefutável dos crimes praticados pelos nazistas nos campos de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial. Trata-se de um álbum de fotos emoldurado em uma capa feita de pele humana.

Clique aqui para ler a notícia.

Segundo informa o Museu de Auschwitz, a evidência foi possível por meio de uma análise comparativa já que nas coleções do museu existem outro objeto muito semelhante, devido à técnica de execução.

Conhecendo um pouco ou muito da história do holocausto, certamente ainda nos assombra uma revelação destas, pois não estamos acostumadas (ainda bem!) a ver como natural ou normal o uso de pele humana como “matéria-prima” para a produção de objetos ou acessórios. Então, por que a maioria de nós, humanos, acha normal e natural o uso da pele dos animais para a fabricação de nossos objetos?

Saiba mais: 🎙️ PODCAST SABER ANIMAL #006 – NOTÍCIAS

Os veganos que pedem pelo respeito à vida dos animais e não consumo de produtos de origem animal é quem são, pejorativamente, extremistas?

O vídeo acima foi produzido pela organização Peta para conscientizar o público consumidor de que o produto almejado na verdade é o maior órgão de um ser vivo vertebrado e senciente, o resultado final de um ato de violência, porém a chamada matéria-prima está presente não só em calçados, bolsas, carteiras, pastas, mas em uma infinidade de outros itens como vestuários, mobiliários, acessórios, objetos, estofamento de veículos etc.

Saiba mais: OS BICHOS NO DESFILE DE STELLA MCCARTNEY EM PARIS ERAM UM PROTESTO BEM HUMORADO, por Fabio Montarroios

Para o animal assassinado, pouco importa se é feita a reutilização ou não das sobras de sua pele, dos “resíduos industriais”, que são altamente poluentes. Do mesmo modo, o chamado couro “ecológico” não tem nada de sustentável se for de origem animal, pois se não passa pelo processo de metais pesados como o cromo, continua demandando água em abundância, desmatamento, emissão de gases de efeito estufa, ou seja, a perpetuação extrema e ambientalmente predatória que a criação de animais significa, em última análise.

Um produto sustentável (desde que não seja produzido em larga escala em monoculturas que aniquilam a biodiversidade) e, sobretudo ético, é o couro de origem vegetal que já é uma realidade perfeitamente possível, como o couro de cacto, das fibras do abacaxi, de resíduos do vinho, entre outros, e claro, que respeite os direitos dos trabalhadores.

“Couro legítimo” ou “couro natural” são definições sem nexo que escondem a matança de animais e também a sua elevadíssima parcela de destruição ambiental, onde está a legitimidade nisso? O massacre é natural? Que luxo é esse? A vida dos animais mortos e o custo ambiental não estão incluídos no preço para o consumidor final, onde se paga por uma “comodidade” desnecessária, por uma futilidade, enriquecendo ainda mais um empresariado financeiramente abastado e explorador.

Em um processo de transformação pela conscientização para o bem dos animais não humanos e do meio ambiente, em desapego de velhos hábitos e desejos condicionados para benefício de todos, também podemos ressignificar as palavras. O movimento legítimo e o novo luxo estão na atitude de respeitar os animais não humanos em extensão à natureza e às pessoas humanas, em prol de uma sobrevivência digna, saudável, ética e harmônica.