🗞️ Primeiro laboratório de saúde pública do país sem experimentação animal

As ratinhas Fraise e Lucy eram irmãs e foram salvas de um laboratório em 2008. (Foto: Sarah Laval - Flickr)
As ratinhas Fraise e Lucy eram irmãs e foram salvas de um laboratório em 2008. (Foto: Sarah Laval - Flickr)

O laboratório central do Paraná (Lacen / PR) é o primeiro laboratório de saúde pública do Brasil livre de experimentação animal, conforme anúncio da Secretaria da Saúde do estado do Paraná, tendo o trabalho sido premiado em evento realizado pelo Ministério da Saúde.

O método de pesquisa anterior consistia na verificação do vírus da raiva com a utilização de camundongos, prática cruel que foi substituída pelo método in vitro onde se pesquisa o material genético do vírus diretamente do tecido.

Não sabemos se a mudança se deu em observância ao desenvolvimento de uma ciência pautada na ética, que considera e respeita a vida animal. Parece que não, no entanto, a iniciativa libertou os camundongos de maus-tratos e de um estado permanente e desnecessário de sofrimento com a adoção de novo processo que gera uma economia de mais de 235 mil reais ao ano, para sorte desses animais.

Além do ganho financeiro, a autora do trabalho e chefe da divisão dos laboratórios de epidemiologia e controle de doenças informa que, com esse avanço, houve a redução de custos em 60% e de tempo em 80% para liberação de resultados de cada amostra, sendo possível até mesmo obter resultados em menos de 24 horas. Com o uso dos animais vivos, isso não era possível porque dependia-se do desenvolvimento da doença induzida no animal explorado como cobaia, onde tinha que se aguardar pelo menos uma semana.

Outro benefício apresentado pela matéria é que o processamento de amostras aumentou significativamente, já que com a experimentação animal se processava no máximo 10 amostras por dia, em média 200 por mês e agora, sem o método cruel, existe a capacidade de processamento de até 90 amostras por dia (cerca de 1800 ao mês).

A par dos benefícios humanos conquistados, importante esclarecer que a observância da ética animal já não é (se é que um dia foi) facultativa ou opcional, pois o sistema jurídico brasileiro considera maus-tratos a prática de crueldade em qualquer animal desde 1934, proibindo expressamente a submissão dos animais à crueldade desde 1988 e há mais de duas décadas, prevê como crime a realização de experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins científicos, quando existirem recursos alternativos.

Veja a notícia na íntegra (leia aqui) sobre o primeiro laboratório de saúde pública do Brasil livre de experimentação animal. (Observação: não existe animal “de experimentação” porque são os seres humanos, condicionados a um comportamento soberbo e opressor, a assim nomear).