Depois de provavelmente nascer em confinamento e em meio às hostilidades e ao sofrimento por conta de uma monumental e histórica injustiça humana chamada especismo, Pingo começou a obter reparação na sua vida graças àqueles que cruzaram o seu caminho. Assim como um cachorro ou um gato que gozam de certo reconhecimento social acerca de seus direitos enquanto seres vivos estimados, o porquinho chamado Pingo de Compaixão também adquiriu o direito de ser tratado como uma criança, guardadas as devidas proporções.
Pingo de Compaixão ganhou uma certidão cartorária que reconhece a sua identidade e assim conquistou o direito, outrora retirado, que lhe pertencia desde o seu nascimento: a liberdade de não ser tratado como animal de “produção” destinado ao matadouro e nem como um “bem substituível”, na medida em que agora possui, formal e juridicamente, guardiões e não mais proprietários.
Essa história maravilhosa e com final feliz não é inédita com animais não-humanos, conforme bem pontuado pela advogada animalista Renata Fortes, pois essa medida é feita junto aos Cartórios por muitos casais em benefício de seus cães e gatos, assegurando direitos e proteção aos animais em caso de separação conjugal.
Porém, sem dúvida é um marco importante que ultrapassa a esfera individual de proteção do Pingo de Compaixão para reflexão da sociedade na questão do reconhecimento de que, além de cães e gatos, os porcos (e outros animais domesticados como os bois, as vacas, as aves, os cavalos, as cabras, os bodes etc) podem e devem ter reconhecidos os seus direitos de vida, liberdade e dignidade. O sistema jurídico atual protege todos os animais indistintamente, sendo o nosso preconceito humano a subjugar, a ferir e a matar os demais seres vivos.
Confira essa emocionante notícia na íntegra (leia aqui) e a fofura desse amado porquinho.